o incio de um livro que nunca escrevi

Chovia torrencialmente. sentia novamente o cheiro revigorante da terra molhada, e revia com prazer as expressões rígidas e desconfortáveis dos transeuntes que davam início à sua rotina, com um nevoeiro pesado em cada olhar. Bem, tinha acabado de perder o autocarro, mais um primeiro dia de aulas a começar da maneira mais coincidente com a minha vontade.

Não. Tinha de pôr a mão na consciência, este ano não podia ser como o anterior. Mas todo aquele ambiente de pequena sociedade que é uma secundária, em que todos estão rotulados com uma personagem da vida adulta, e que representam da melhor maneira tentando ser bastante fieis ao guião, dava-me vontade de nunca mais pisar aquelas escadas já gastas pelo tempo, e pelo número de pequenos actores a tentar ser o que gostariam quando crescessem. Não podia permitir-me ficar naquele cenário por mais tempo.