tons..

tons..
onde a cor e música se tocam

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Fernando Pessoa _Uma maior solidão

Uma maior solidão
Lentamente se aproxima 
Do meu triste coração. 

Enevoa-se-me o ser 
Como um olhar a cegar, 
A cegar, a escurecer. 

Jazo-me sem nexo, ou fim...
Tanto nada quis de nada, 
Que hoje nada o quer de mim.

domingo, 27 de março de 2011

challenged accepted

Tocar e cantar ao mesmo tempo



Where, Oh where have you been my love?
Where, Oh where can you be?
It's been so long, since the moon has gone
And oh what a wreck you've made me

Are you there, over the oceans?
Are you there, up in the sky?
Until the return of my love
This lullaby

My hope is on the horizon
Every face, your eyes I can see
I plead and pray though each night and day
Our embrace is only a dream

And as sure as days come from moments
Each hour becomes a life's time
When she'd left, I'd only begun this lullabyhttp://www.youtube.com/watch?v=Sh_waGlEgpk

domingo, 6 de março de 2011

sonhei...

LEMBRO-ME ou não ? Ou sonhei ?
Flui como um rio o que sinto.
Sou já quem nunca serei
Na certeza em que me minto.

O tédio de horas incertas
Pesa no meu coração,
Paro ante as portas abertas
Sem escolha nem decisão.

sexta-feira, 4 de março de 2011

quando a meia não olha para a noite

ser outro
estar longe
ficar à espera
roer o tempo
inventar nada
sonhar vazio
libertar a solidão
servir a vida ao seguinte
e não chorar por isso

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

and so it is....

Life goes easy on me
Most of the time



22



22:22

domingo, 16 de janeiro de 2011

O peso de haver o mundo


Fernando Pessoa


Passa no sopro da aragem
Que um momento o levantou
Um vago anseio de viagem
Que o coração me toldou.

Será que em seu movimento
A brisa lembre a partida,
Ou que a largueza do vento
Lembre o ar livre da ida?

Não sei, mas subitamente
Sinto a tristeza de estar
O sonho triste que há rente
Entre sonhar e sonhar.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

ouvi dizer que os ornatos vão renascer no meu piano


Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma!

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu;
Como eu não fui;
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!